Antes de (re)ver um filme, dá uma olhada aqui!

Sabe aqueles filmes de ontem e anteontem que você viu e já esqueceu ou nunca viu, mas tem certeza que sim? Então! Dá uma olhada nestes aqui. Quem sabe ajudamos você a relembrar algumas cenas, elementos curiosos que aparecem nas imagens, ou mesmo, dizer algo que você realmente não viu. E, se não incluímos um detalhe, que você acha importante, comente e enriqueça as análises. Divirta-se!

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quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Volta Ao Mundo Em 80 Dias (1956), de Michael Anderson


Phileas Fogg (David Niven) é um rico e metódico inglês que tem como hábito calcular e cronometrar suas rotinas e compromissos, como na instrução dada ao seu novo mordomo, Passepartout (Cantinflas), em relação ao seu café-da-manhã ser servido às 8:24. E, 8:24 não é 8:23 nem 8:25.

Durante uma conversa em um clube britânico, surge o assunto que, após uma ferrovia ter sido construída, é possível dar ao volta ao mundo em exatos 80 dias. Alguns acreditam ser impossível, outros até concordam que poderia ser realizado, mas não com exata precisão. Ao passo que, Fogg já havia calculado passo a passo a jornada e chegado a conclusão que 80 dias é o tempo necessário, e decide apostar com seus colegas que ele mesmo faria a tal viagem e chegaria de volta naquele mesmo clube no horário determinado. Ao perguntarem quando a viagem teria início, Fogg diz que seria naquele exato momento. Sendo assim, vai à sua casa, pede ao seu mordomo que prepare algumas coisas e avisa que Passepartout irá junto. É muito divertido, pois a aventura e o deadline têm início de imediato, pegando o espectador de surpresa.

Claro que, durante todo o percurso, há encontros, desencontros, surpresas, decepções, gente para ajudar e atrapalhar, etc. Mas, além deste mote fundamental da trama - é o que se espera que ocorra num filme de aventura e, ainda mais com este título - o que vale mesmo são as paisagens magníficas (na França, Espanha, Hong Kong, Japão, Índia, EUA, entre outros) e os objetos cenográficos interessantes, como um ônibus inglês de dois andares puxado por cavalos.

Percebam que belas tomadas ocorrem quando Fogg e Passepartout estão em um balão.

Outro fato interessante é observar uma tourada na Espanha, pois em nenhum momento vemos o touro ser espetado, ou mesmo, morto. Este exemplo demonstra o cuidado na realização das cenas e as escolhas feitas durante todo o filme, tornando-o leve, divertido e emplogante sem maiores apelos externos à história e aos lugares por onde os aventureiros passam.

Percebam, em Hong Kong, um barco dourado, magnífico. Aliás, a cena por completo parece uma pintura.

O roteiro é brilhante. A trama, desde o início, impõe que o protagonista cumpra o prazo determinado e, não bastasse este grande impulso, parece que a cada passo, a cada avanço, são impostos mini deadlines que determinarão o resultado do próximo e do todo. É emocionante.

No que diz respeito à emoção, o trecho mais condensado deste elemento está contido na viagem de trem nos EUA. Do começo ao fim, as cenas são eletrizantes; acontece de tudo, desde índios, pedras, pontes quebradas, duelos entre cavalheiros etc. E, como se o diretor quisesse nos dar um alívio para nos recompormos, percebam que bela e tranquila cena ocorre quando o trem para para dar passagem a uma centena de búfalos que atravessam os trilhos. Bonito demais.

Ainda no trem, observem a cena da ponte, em uma das tantas paradas do veículo. É de dar frio na barriga.

O final é surpreendente por dois motivos.

Primeiro, ao vermos a decepção de Fogg não conseguir chegar a tempo da viagem. Porém, há uma surpresa tão grande, após esta decepção, que pela segunda vez, depois de a história nos acalmar os nervos, ocorre um fato que nos faz retomar toda a ansiedade experimentada anteriormente.

Em segundo lugar, ao vermos os créditos finais descobrimos nomes que tiveram uma pequena participação/aparição na história e, se não estivermos atentos poderemos não apreciar a aparição de estrelas, como Marlene Dietrich, Frank Sinatra, Buster Keaton, John Carradine, Cesar Romero e muitos outros.

(Re)ver A Volta Ao Mundo Em 80 Dias é, primeiro, tentar descobrir em que situação estão os nomes famosos nos créditos dentro do filme. É, também, acompanhar um primor de roteiro que deixa o espectador com vontade de querer mais. Além disso, deixar-se encantar com as belas imagens que dificilmente contemplaremos, ao menos da forma que o filme nos mostra. Entre outros fatores, é isso que eleva este filme a um patamar único, brilhante e encantador.

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