Antes de (re)ver um filme, dá uma olhada aqui!

Sabe aqueles filmes de ontem e anteontem que você viu e já esqueceu ou nunca viu, mas tem certeza que sim? Então! Dá uma olhada nestes aqui. Quem sabe ajudamos você a relembrar algumas cenas, elementos curiosos que aparecem nas imagens, ou mesmo, dizer algo que você realmente não viu. E, se não incluímos um detalhe, que você acha importante, comente e enriqueça as análises. Divirta-se!

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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Um Dia A Casa Cai (1986), de Richard Benjamin


Quem não compraria uma casa por um quinto do valor real? É um pouco estranho. Mas, se o corretor falasse que o proprietário necessitava do dinheiro com urgência e, após visitarmos o imóvel e percebermos que ele está em ordem, fecharíamos o negócio na hora. Correto?

E foi o que fez o casal de namorados Walter Fielding Jr. (Tom Hanks) e Anna (Shelley Long). Os dois rasparam as economias, fizeram empréstimo, tiveram que engolir o orgulho, mas no fim, compraram a casa, que diga-se de passagem era um sonho mesmo.

O filme começa mal, para nós brasileiros. Numa praia do Rio de Janeiro o pai de Walter (Douglass Watson) casa-se com uma moça chamada Macumba Girl, depois de, é claro, ter deixado somente dívidas para o filho e, por conta disso, ter "fugido" para o Brasil. Bem típico, não? E tem mais. Numa cerimônia com música que mistura samba e candomblé a "mãe de santo" ou seja lá o que ela representa, conduz a celebração em espanhol. Pois é.

Concordando ou não, há um fator no cinema, principalmente em filmes de comédia, que diz respeito a tratar alguns fatos típicos de outro povo ou outra etnia de forma caricata e exagerada elevando-se de forma ostensiva um aspecto ou outro, como forma de brincadeira. Como o ator Robin Williams disse no programa de David Letterman que Chicago não foi escolhido para sediar as Olimpíadas porque a Michelle Obama não tinha levado mulatas e cocaína para o Comitê Olímpico.

É isso, na hora podemos ficar até incomodados, indignados etc., etc., etc. - parafraseando o Rei do Sião no filme O Rei e Eu (1956), de Walter Lang com seus etceteras - porém, devemos perceber quantas vezes, por semana, ou por dia, criticamos, escrachamos, estereotipamos nossos amigos EUÂnus, hein?!

Portanto, após esta explicação de "pega leve porque é apenas um filme" e nos permitir rir de nós mesmos, vamos ao que interessa.

O filme é uma aula de como se fazer uma comédia romântica. Repleto de liçõezinhas de moral, reviravoltas na relação do casal e decisões maduras após a jornada é perfeito para se ver quais elementos não podem faltar em filmes deste tipo.

De qualquer forma há dois pontos favoráveis no filme.

Ele é divertido em alguns momentos e algumas situações. Como por exemplo, em uma cena em que Anna liga uma tomada errada e desencadeia uma sequência de fatos ao estilo abertura do programa -Tim-Bum, da TV Cultura fazendo com que Walter, em certo momento da confusão, pareça o personagem, Jack Robin (Al Jolson), do filme O Cantor de Jazz (1927), de Alan Crosland e, depois uma santa no meio de uma pia batismal sendo batizada pelo pipi da estátua de um menino.

O segundo ponto favorável é que o filme é rápido, tanto na trama quanto no tempo, 91 minutos.

Uma cena curiosa ocorre na chegada dos encanadores na casa. Não sabemos se quem chega são os trabalhadores, se um filme começará a ser rodado ali, se o circo está chegando ou talvez os Hell´s Angels ou mesmo o pessoal do programa "Extreme Makeover". Bom, o resultado não poderia ser diferente, como quem viu o verá o filme pode conferir.

Apesar dos pesares, (re)ver Um Dia A Casa Cai é fazer uma imersão nos anos 1980, onde ombreiras, cabelos capacete e cores exageradas eram o must. Considerando que só o visual já é motivo para boas risadas, como correr de moletom e faixa na cabeça era essencial para uma boa perda de peso - não façam isso, como no filme, o que o personagem ganhou foi um belo mal estar; roupas leves no exercício - ou mesmo arregaçar as mangas do blazer, vale a pena ver a casa aprontando poucas e boas com os novos proprietários. Ah, e claro, o final tem uma surpresinha. Bobinha, mas se esforcem para acreditar que eles estão no Rio. Sorria!

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