Antes de (re)ver um filme, dá uma olhada aqui!

Sabe aqueles filmes de ontem e anteontem que você viu e já esqueceu ou nunca viu, mas tem certeza que sim? Então! Dá uma olhada nestes aqui. Quem sabe ajudamos você a relembrar algumas cenas, elementos curiosos que aparecem nas imagens, ou mesmo, dizer algo que você realmente não viu. E, se não incluímos um detalhe, que você acha importante, comente e enriqueça as análises. Divirta-se!

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sexta-feira, 26 de março de 2010

Doutor Jivago (1965), de David Lean


É uma história de guerra civil que gerou a Revolução Russa e na década de 1910. O filme dá atenção não aos combates, que ficam em segundo plano, mas ao fatos que são refletidos e envolvem a sociedade por conta da situação.

Também fala de encontros e desencontros perdas e ganhos e, principalmente, muitas reviravoltas na trama. Quase sempre tristes ou frustrantes.

A história começa com o oficial do exército russo Yevgraf Jivago (Alec Guinness) conversando com uma moça, trabalhadora soviética, pois desconfia que ela possa ser sua sobrinha, filha de Yuri e Lara.

Yuri Jivago (Omar Sharif) perde a mãe logo cedo. Anos depois torna-se médico, casa com Tonya (Gerladine Chaplin) e tem um filho. Reparem a impressionante expressão no olhar do ator. Brilhante (sem trocadilhos).

Lara está prestes a ficar noiva, mas acaba se envolvendo com o burguês Komarovsky (Rod Steiger). Seu namorado acaba se envolvendo com a revolução e some. Lara acaba ajudando, como enfermeira durante a guerra e, é nesta época que conhece Jivago. Eles se apaixonam, mas se envolverão somente tempos depois.

É tão bonito quando o filme começa com "OVERTURE", depois tem "INTERMISSION", ou neste caso, "ENTR´ACTE". Apesar de sabermos que será uma extensa história ele serve como se desse um tempo para o espectador entrar no clima, se aquietar, se acomodar e apreciar o espetáculo que está por vir. Não que não seja bacana quando um filme já começa "com tudo", mas são efeitos diferentes. É como se o filme dissesse, tire um tempo para você e aproveite, sem pressa, o que a obra tem a lhe oferecer.

Dr. Jivago, é para se apreciar. A fotografia é impecável, as locações são belas, as paisagens amplas não tem fim. Fica claro, como a cada cena, o trabalho de fotografia e design de produção são extremamente cuidadosos. Tudo é muito rico.

Outro aspecto que impressiona é a quantidade de figurantes.

Reparem, também, como as cores preto e branco predominam e, às vezes, quando o vermelho estoura no meio das cores apáticas - como se fosse um presságio (sangue) do que estaria por vir - em sequências como a a saída dos trabalhadores, logo no início, nas faixas de protesto ou no restaurante em que Lara janta com Kimarovsky.

As cores mudam, somente, a partir de pouco mais da primeira hora de filme. Deixam de ser preto e branco (roupas e neve) e passam a ter uma cor acinzentada, esverdeada ou bege (cores do exército).

Observem como as duas grandes perdas de Jivago são representadas por folhas caindo, ora em árvores (quando sua mãe morre) ou folhas de girassóis (quando Lara lhe escapa pela primeira vez).

O final é sufocante e angustiante e primorosamente transmite boa parte do sentimento do protaginista ao espectador. Impressionante.

(Re)ver Dr. Jivago é, sem dúvida, apreciar a beleza da vida, compartilhar as dores da guerra e apreciar realmente aquela expressão "essa imagem é de cinema".

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