Se você já viu o filme O Rei e Eu (1956), de Walter Lang poderá ter certa resistência em relação a esta refilmagem, pois a história é muito semelhante e as situações idem. Porém deixe com que este filme te leve para dentro dele, pois se tentar encaixar um filme no outro você se arriscará a travar uma batalha que não compensa e perderá o que tem de mais encantador no filme de 1999, as diferenças.
O propósito aqui não é fazer comparações entre um e outro, mas em alguns momentos será inevitável pois daremos ao leitor a oportunidade de saber se ele quer diversão ao ver um ou algo mais dramático e sisudo em outro.
Anna é convidada para ministrar aulas, a pedido do Rei, no Sião. Com a promessa de ter uma casa, tipicamente inglesa e fora do palácio, e receber um bom salário a protagonista parte com seu filho para o país oriental. Chegando lá percebe que sua vida não será fácil, pois tanto ela quanto o Rei têm temperamentos difíceis e opiniões opostas em diversos assuntos. Além do que, o choque cultural faz com que a adaptação seja mais dolorosa.
Ocorre que, ao longo do tempo Anna e o Rei vão descobrindo a essência do outro e o que poderia ser o combustível para haver um distanciamento cada vez maior transforma-se numa relação de admiração e amor entre os dois.
Os cenários são grandiosos, luxuosos e naturalista, não dando espaço para ambientes exagerados ou "mágicos". Mas, nem por isso deixam de ser encantadores.
Aqui, diferente do filme de 1956, não é um musical e não foi incluída a sequência magistral da peça de teatro "A Casa do Pai Thomas". Apesar disso, o livro tem relativa importância em um momento do filme, mas não podemos compará-la ao anterior. É cuidadoso, tanto nos diálogos quanto na direção de arte, seus figurinos etc.
Tenso do começo ao fim. Com toques de tristeza, amargura e desilusões. Dá-se atenção maior às histórias menores tornando-o mais denso em relação a O Rei e Eu. Há menos inocência por parte dos personagens, tornando-os mais cruéis ou menos utópicos.
De qualquer forma, ele surpreende fazendo com que o espectador queira descobrir o desfecho das tramas. Tanto é que o final, além de não existir no primeiro, é carregado de suspense e reviravoltas revelando o que cada um dos personagens principais têm de melhor em suas atitudes.
Anna e O Rei e O Rei e Eu são histórias iguais, mas muito diferentes. Resta saber se você, leitor, quer se divertir ou refletir. E nos dois casos, você terá esta chance.
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