Pode ser que o ator Jim Carey, com suas caras e bocas, tenha exagerado na dose e estes tiques pararam de surtir efeito depois de um tempo. Até em Todo Poderoso (2003), de Tom Shadyac ele desempenhou um bom papel, pois já sabíamos, ou deveríamos saber, que aquela maluquice exagerada viria junto. Mas, sinceramente, foi um alívio ver o ator Steve Carell fazer o papel principal deste novo filme.
A história é parecida com o primeiro. Deus (Morgan Freeman) desce à Terra a fim de alertar ao personagem Evan Baxter que ele deve construir uma arca a fim de se salvar, salvar sua família, um casal de cada animal da Terra e, de quebra, algumas pessoas que quiserem entrar no barco. Baxter acaba de tornar-se Deputado e muda-se com a família para Washington. Está de casa e carro novo e, após toda esta benção não acredita que Deus está a falar com ele e, mais Ele quer que Baxter deixe o trabalho para construir a arca. Após algumas conversas, alguns centímetros de barba e cabelo a mais, e diversos animais perseguirem o protagonista, entre outras bizarrices como as duplas de animais seguirem Evan por boa parte da trama, ele começa a acreditar e decide construir a arca (de Noé).
O filme vale a pena por dois motivos. Primeiro porque cumpre o papel de comédia e há diversos momentos em que o filme proporciona isto. E uma das grandes responsáveis por isso é a atriz Wanda Sykes. Este é o segundo motivo para (re)ver este filme. Prestem atenção nas sequências de adjetivos que ela oferece a Evan quando este chega ao seu gabinete cabeludo e barbudo. Uma das cenas mais simples e hilariantes do filme.
Em relação aos atores, Wanda Sykes está a altura de seu personagem Barbara Daran, a Barb no seriado televisivo "The New Adventures of Old Christine" (Warner Channel), mas mantém suas boas falas até pouco antes de entrar na arca, após isto apagaram seu brilho no roteiro.
Já Steve Carell desempenha um papel convincente e, ao vê-lo de terno, como Deputado e tudo mais, esperamos logo que ele encarne o personagem Michael Scott da série de TV "The Office" (Canal FX), que na condição de chefe não perde a oportunidade de maltratar psicologicamente e abusar de seus subordinados. Por isso, ao esquecermos de seu personagem da televisão recomendamos prestar atenção em seu desempenho. Nada de mais, porém correto.
E, finalmente, Morgan Freeman que não poderia deixar de ser Deus, novamente, pois quem viu o primeiro filme da série dificilmente embaracaria nesta nova história sem Morgan Freeman. Também, nada de extraordinário. Atuação correta.
Na verdade, o filme todo é correto e honesto. Presta-se a fazer as pessoas se divertirem e darem boas risadas. E cumpre!
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