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quarta-feira, 10 de março de 2010

Drácula (1992), de Francis Ford Coppola


Baseado na história original de Bram Stocker, Dracula conta a trajetória de um guerreiro que ao voltar de uma batalha descobre que sua amada Elisabeta (Winona Ryder) havia se matado, pois fizeram-na acreditar que ele estava morto, fazendo com que ela se suicidasse. Após isto o homem, como um morto-vivo, atravessa séculos isolado em seu castelo na Transilvânia.
Reparem aqui, como nos é mostrada a guerra santa. É um belíssimo teatro de sombras que consegue transmitir certa leveza e sutileza visual, durante a batalha.

Após este tempo de enclausuramento, Dracula (Gary Oldman) resolve ir para Londres adquirir alguns imóveis e contrata um advogado (Keanu Reeves) que vai ao seu castelo e é aprisionado pelo Conde. No trajeto de navio até a cidade, o protagonista mata toda a tripulação, sugando o sangue deles. Por conta disto, o vampiro torna-se mais jovem.

Ao chegar em Londres e passear pela cidade encontra uma moça, na rua, chamada Mirna que, de tão parecida com seu eterno amor Elisabeta, Dracula acredita ter encontrado a reencarnação da pessoa amada.

A chegada de Dracula à Londres visualmente magnífica. Em primeiro lugar, nos é mostrado diversos jornais com a data de 7 de julho de 1897 e, logo a seguir, um rapaz anunciando a chegada do cinematógrafo (aparelho patenteado pelos irmãos Lumière, em 1895, que tinha a capacidade de captar e reproduzir imagens em movimento).

Vemos também, a utilização de técnicas aplicadas no início do cinema. Observem as imagens das pessoas andando pelas ruas de Londres. São feitas de forma a parecer com as câmeras utilizadas nos primeiros filmes mudos - que rodavam de 16 a 20 quadros por segundo - e que nos davam a impressão de as imagens estarem sempre numa velocidade mais rápida que o natural.

Outro efeito, frequentemente utilizado pelo cinema no início, era a passagem de uma cena a outra fazendo uma espécie de círculo que vai se fechando até abrir-se novamente e já estar contido nele outra cena.

Existia no final do século XIX uma espécie de estabelecimento comercial chamado vaudeville e, nestes lugares, as pessoas podiam comer, beber, assistir a performances de diversos artistas, mostras com animais etc., um lugar que apresentava uma variedade de opções para atrair o público. Quando o cinema começou a fazer parte do cotidiano das pessoas, os vaudevilles introduziram-no como mais uma opção de divertimento. E, no filme podemos ver como eram estes lugares na cena em que Mina e o Conde estão assistindo a um filme de pé, como era natural fazê-lo nestes locais.

Outro aspecto a ser notado são sequências feitas com uma aparência quase preto e branca e, em contraste, vemos a cor vermelha estourarem na tela de uma forma intensa fazendo referência ao sangue, elemento essencial na trama.

As sombras utilizadas de forma precisa e enriquecedora remete a filmes expressionistas e mais diretamente ao filme Nosferatu, de F.W. Murnau de 1922, que conta a história do Conde Dracula, de Bram Stocker não autorizada, por isso a utilização do nome Nosferatu que significa vampiro.

É um filme encantador, visualmente rico e com diversas referências ao cinema do início. Vale a pena (re)ver e apreciar o trabalho brilhante do diretor Francis Ford Coppola, responsável, entre outros trabalhos, por filmes como O Poderoso Chefão (1972) e Apocalypse Now! (1979).

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