Antes de (re)ver um filme, dá uma olhada aqui!

Sabe aqueles filmes de ontem e anteontem que você viu e já esqueceu ou nunca viu, mas tem certeza que sim? Então! Dá uma olhada nestes aqui. Quem sabe ajudamos você a relembrar algumas cenas, elementos curiosos que aparecem nas imagens, ou mesmo, dizer algo que você realmente não viu. E, se não incluímos um detalhe, que você acha importante, comente e enriqueça as análises. Divirta-se!

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terça-feira, 16 de março de 2010

Planeta dos Macacos (1968), de Franklin J. Schaffner



Um grupo de cientistas viaja pelo espaço. Faltando seis meses para voltarem à Terra já há uma diferença de 700 anos, pois viajam à velocidade da luz. O último dos astronautas acordado, George Taylor (Charlton Heston) entra em seu casulo de hibernação para dormir até o fim da viagem. Ao aterrisarem, ocorrem alguns acidentes dentro da nave e no pouso.

Eles estão no meio de um lago e começam a afundar. Escapam e, após observarem ao redor acreditam estar em outro planeta, como informado no painel da nave, no ano de 3978 (2310 anos à frente de seu tempo).

Ao caminharem por uma área desértica e rochosa, os astronautas/cientistas, avistam uma pequena planta. E o que eles fazem? Arrancam a solitária para futuras análises, pois ficam felizes em descobrir vida ali. Pois é! Até comentam, logo adiante, se aquela planta está (estava) ali é porque deve existir mais vida por perto. Ok. Mas, e se não encontrassem mais nada?

Este ato simbólico merece destaque, pois o filme irá tratar da questão "homem ser um parasita do local em que vive e se auto destruir"; não estar preocupado em coexistir e, na maioria das vezes, guerrear para tentar solucionar incompatibilidades.

Ressalva. É bom lembrarmos que, na década de 1960, estava em voga, entre outras questões, a Guerra Fria e o cuidado com o meio ambiente. Portanto, é natural que o filme tratasse e fizesse críticas sobre estes assuntos.

Após andarem por um longo trecho, os astronautas Taylor, Landon (Robert Gunner) e Dodge (Jeff Burton) descobrem humanos no lugar. A partir daí, macacos com aspectos humanos (falam, andam de forma ereta, utilizam armas de fogo, sabem andar a cavalo etc.) vão à caça das pessoas que ali estão, inclusive dos forasteiros. Alguns são capturados, outros morrem, levam tiros de raspão. Os prisioneiros são levados à cidade dos macacos e são postos em jaulas.

É impressionante a perfeição da maquiagem e "figurino" dos macacos. Para a época, principalmente, beira à perfeição. E, hoje, ao revermos este filme, nos deparamos com algo muito verossímil, apesar de já estarmos acostumados com os efeitos especiais atuais. Já se foram mais de 40 anos e ainda é atual.

A princípio, apenas um dos astronautas sobrevive à caçada, mas leva um tiro de raspão no pescoço e perde a voz.

O roteiro é bem elaborado, mas poderiam ter encontrado uma forma melhor de fazer com que o protagonista ficasse incapaz de se comunicar. Isto incomoda um pouco nas vezes em que vemos o esforço dele em tentar falar com os macacos. Mas, tente não pensar ou resistir a isso. Deixe a trama lhe conduzir, sem muitos questionamentos de verossimilhança narrativa.

Com essa perda de voz, torna-se angustiante o fato de não sabermos se, e quando, o astronauta irá se comunicar de forma plena. A trama vai nos causando ansiedade, à medida em que a comunicação entre eles avança. Quando, finalmente, ele consegue falar, dá um berro, um grito de alívio e xinga os macacos.

Neste momento, parece que queremos compartilhar aquela explosão contida, na torcida que o homem pudesse mostrar quem ele realmente para aquele bando de macacos imundos, como o próprio protagonista diz. Afinal, são os humanos que evoluíram dos macacos e não o contrário (mas o filme questiona que tipo de evolução é esta onde há auto destruição).

Para quem gosta de perseguições típicas de gato e rato, o filme proporciona isto. Metade dele se dedica a esta situação. Torcemos para que Taylor escape, consiga salvar sua pele e provar que pode ter um diálogo racional com os macacos. As perseguições são emocionantes e sempre tensas.

Outro aspecto a perceber são as belas imagens. Ao contrário das filmagens em vídeo, a película tem por natureza, a impressão de profundidade nos ambientes. Utilizando-se disto, vale a pena prestar um pouco mais de atenção às tomadas externas. Vejam como isto se amplia, na parte final do filme, quando os personagens estão na "Zona Proibida". São imagens belíssimas, amplas, dedicadas especialmente a nos mostrar a beleza das locações.

Por conta da boa construção narrativa e da preocupação estética, o filme flui rapidamente e, ao chegar ao fim, percebemos que a história está apenas começando. Vemos o desespero de Taylor quando da sua descoberta nos fornecendo elementos para uma continuação.

Queremos saber mais e como aquilo irá se resolver. Mas o filme acaba nisto, de forma brilhante, deixando o espectador angustiado à espera da continuação que se daria em "De Volta ao Planeta dos Macacos" (1970), de Ted Post.

(Re)veja este filme e reparem que muito do que nos é mostrado e abordado, há mais de 40 anos, continua sendo atual, emocionante e intrigante.

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