Antes de (re)ver um filme, dá uma olhada aqui!

Sabe aqueles filmes de ontem e anteontem que você viu e já esqueceu ou nunca viu, mas tem certeza que sim? Então! Dá uma olhada nestes aqui. Quem sabe ajudamos você a relembrar algumas cenas, elementos curiosos que aparecem nas imagens, ou mesmo, dizer algo que você realmente não viu. E, se não incluímos um detalhe, que você acha importante, comente e enriqueça as análises. Divirta-se!

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sexta-feira, 19 de março de 2010

A Intérprete (2005), de Sydney Pollack


Quando crianças são envolvidas em situações de violência, no cinema, pode ser despertado no espectador diversos sentimentos ruins, como raiva, incômodo, repulsão etc. E, quando vemos menores cometendo atos violentos é igualmente chocante. Parece que tudo está errado mesmo. E, é assim que o filme inicia fazendo com que o público fique atento por todo a trama.

Silvia Broome (Nicole Kidman) é intérprete na ONU há cerca de cinco anos. Em mais um final de expediente, ela lembra ter deixado uma sacola dentro de uma cabine de som. Ao entrar na sala, percebe que há vozes no fone de ouvido e vai conferir. Descobre que estão tramando um assassinato de um líder africano, dr. Zuwanie (Earl Cameron), que poderá ocorrer durante seu discurso na Assembleia Geral do órgão. Sem querer, Silvia, acende a luz da cabine e supõe que, quem tramava o crime poderia tê-la visto. Broome corre e consegue escapar. No dia seguinte, ela conta ao departamento de segurança o que ocorreu.

Durante a trama, o agente do FBI, Tobin Keller (Sean Penn), trabalha para descobrir se Silvia está mentido ou o risco do crime ocorrer é real e, buscando novos elementos sobre a vida da protagonista, percebe que ela poderia ter interesses maiores no caso.

Inicia-se, a partir daí, um thriller emocionante. Ela terá de provar que não há interesses na invenção do fato e deverá ficar alerta em relação à sua segurança, pois os verdadeiros interessados farão o necessário para tirá-la do caminho e concluir o plano.

Reparem na cena em que Silvia está em sua casa tocando flauta e, de repente, o telefone toca. Se você estiver concentrado e conectado com o filme, verá que a situação é assustadora. Nada muito impactante, mas é uma surpresa das boas.

Sean Penn atua de forma muito correta na interpretação de seu papel. Seu personagem cresce a cada cena. Há sempre uma carga emocional em seu personagem. Ou pelo fato de ser um durão agente do FBI ou, principalmente, quando o assunto sobre a morte de sua mulher vem à tona.
Em relação a isso, reparem na preparação para elevar a importância do trauma - que a morte de sua mulher lhe causou - na trama e na construção do personagem. Percebam em primeiro lugar, a história do rio contada por Silvia a Keller. Em segundo, cenas depois, a história e a reação de Keller sobre sua mulher. É de dar nó na garganta.

É muito curioso quando o diretor aparece em seu próprio filme. Atuando como personagem principal, numa pequena cena ou até em uma foto. Não importa. Se a aparição contribui honestamente para a trama, enriquecendo-a, aproveitem. Antes de ver um filme, procurem uma foto do diretor, procurem saber como ele é fisicamente. Com este dado em mãos, talvez você o descubra em algum momento da história. E, o mais divertido é saber que esta situação é mais corriqueira do que se imagina. Para quem desconhece, o diretor Sydney Pollack, em A Intérprete, é Jay Pettigrew, chefe do agente Keller.
Além das surpresas e emoções, não poderia faltar o suspense. E isso o filme distribui do começo ao fim. Observem por exemplo, a sequência no ônibus. Não há como relaxar e pensar que tudo acabará bem.

Em outro momento, percebam que bela preparação de suspense ocorre a partir do momento em que Silvia escreve seu nome no caderno de mortos de seu irmão, depois, em casa, ao arrumar sua bolsa, os cortes rápidos em que são mostradas as fotos de um fotógrafo morto em uma banheira e, logo após, Silvia se preparando para tomar banho e enchendo sua banheira. A trama leva a crer, do mais ingênuo ao mais vigilante dos espectadores, que o destino trágico da personagem está decretado.

O roteiro é muito bem construído e, destina-se ao que se propõe. É um thriller carregado de suspense e leva o público a torcer pelos personagens carismáticos, Silvia e Keller. Vejam como o sussuro, elemento sempre em voga na história, tem sua importância maximizada no clímax, fechando o circuito.

Mas, no fim do filme, o diretor parece nos oferecer, em doses pequenas, o alívio da tensão, a cada nome dos mortos em guerra, que a protagonista lê.
Outro aspecto interessante é observar a ONU e seu interior. Quem teve a oportunidade de visitá-la, poderá relembrar alguns locais, ou mesmo, a situação de ser levado por um guia, como o filme mostra em uma cena. E, quem não conhece, tem em mãos uma bela oportunidade de saber como são alguns dos ambientes da Organização, situada em Nova Iorque e, quem sabe pode servir de incentivo ao planejamento da próxima viagem. Afinal, como alguém já disse, se você quiser se sentir dentro de um filme, vá pra NY. E eu complemento, quer conhecer NY veja alguns filmes.

(Re)ver A Intérprete, nos dá a oportunidade que muitos ainda não tiveram acesso. É um privilégio poder conhecer ou (re)visitar a ONU e, de quebra, rever a cidade de Nova Iorque, mesmo que seja por apenas duas horas, mas, em contrapartida, a apenas um clique no controle remoto.

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